Artigo sobre D-Bus (parte 1)

Coloquei um artigo sobre D-Bus no site do CInLUG.

Entendendo e Usando D-Bus, parte 1

Essa primeira parte explica o básico e dá alguns exemplos em python, além de usar aqueles diagramas coloridos bobos que eu gosto de fazer no OpenOffice.org Draw. 😛

A segunda parte mostrará como disponibilizar serviços na bus. Aviso quando estiver pronta.

Café faz Mal

Eis que quando saía do estágio abre-se a porta do elevador e surgem meus chefes voltando do almoço. Nesse momento eles notam o desenho da xícara de café na minha camiseta, e para minha perdição, lêem o nome “Java” escrito logo abaixo.

– JAVA?! Não precisa nem voltar amanhã!

– Mas é que foi presente!

– Vou te dar um vibrador de presente pra ver se você usa.

System.exit(1);

Eu VIM!

Com a valiosa ajuda de etrunko, de um arquivo .vimrc no meu home:

syntax on
set bg=dark
set hlsearch
set incsearch
set autoindent
set smartindent

e deste cartão de referência, agora sou um feliz newbie do vim.

Por enquanto tenho usado para programar em python, e tem sido interessante, até text completion (CTRL+N em insert mode) o bicho tem. O principal motivo foi que não tem GEdit pra rWindows (que sou obrigado a usar no CIn), e também devido às influências ambientais…

E agora me junto às Guerras dos Editores!

viman.gif

Colligo, Tapioca, Python

Depois de entender e explicar o que era Tapioca, meus chefes no INdT (devido a minha condição de estagiário, quase todos são meus chefes :P) me destacaram pra ajudar Kenneth (que faz um código muito bom e foi muito paciente com minha lentidão inicial) no desenvolvimento do Colligo, uma aplicação de IM que usa o muito recente tapioca-python, que são os bindings python para tapioca-glib.

Os bindings para python também são trabalho do Kenneth, e conforme usávamos seus recursos no Colligo os defeitos iam aparecendo e sendo corrigidos, assim tapioca-python está ficando em muito boa forma. Lembrem-se, a melhor forma de aprimorar algo é usando, que por indução nos leva até o dito popular “Panela velha é que faz comida boa”. Voltando ao assunto, até a próxima sexta releases são esperados, e pacotes .deb não devem estar nada distantes.

Acredito que ter bindings python para qualquer biblioteca de mais baixo nível é muito importante, porque remove muitas barreiras para os desenvolvedores interessados em testá-la. A importância que o pessoal do GStreamer e do D-Bus dá à suas versões em python é um exemplo disso.

Agora o screenshot do Colligo (esta versão que eu estava trabalhando nesse sábado tem algumas coisas fora de lugar, mas segunda eu dou um jeito):

Colligo

Ah! Tinha esquecido a fama e a fortuna: meu nome apareceu no Planet GNOME! Isso porque o blog do Kenneth é agregado lá, aliás nesse post dele vocês podem ver mais screenshots.

Código:

Para instalar o Colligo você vai precisar dos seguintes componentes:

Quando tudo estiver instalado entre no diretório do Colligo e execute

python setup.py build
sudo python setup.py install

Isso colocará o Colligo no menu Aplicações->Internet.

O tutorial de instalação do tapioca deve ajudar um bocado, inclusive indicando as dependências. E meu tutorial também pode esclarecer um pouquinho. (Jabá! 😉 ) Embora seja sobre a tapioca-glib pode servir para entender o tapioca-python, além de explicar alguns conceitos teóricos (e ter diagramas coloridos!).

[1] Gabble é um connection manager para redes Jabber, a versão indicada para download aqui é o release mais recente de quando esse post foi escrito, mas como ela está em intenso desenvolvimento, é bom dar uma checada nas últimas versões. Perceba que no tutorial de instalação indicado a versão usada é a 0.5.1, isso porque estava no Ubuntu Edgy e a versão da libdbus-glib-1-dev já não era suficiente da 0.5.2 em diante. Usuários do Feisty (ou aqueles que preferirem compilar tudo na mão) não devem ter esse problema.

Update: esqueci de mencionar que gabble passou a depender da telepathy-glib. O link já está na lista acima.

Update2: Graças a solotim no canal #tapioca-voip do Freenode percebi que o processo de instalação estava incompleto. Agora está legal. Brigado. 🙂

Deficiências Invisíveis

Imagine se um belo dia você acorda e percebe que lhe falta a perna esquerda. (Perdoem aqueles que não a têm.) Imagine também que ninguém nota – as pessoas esperam que você se locomova com duas pernas, óbvio que não dá, mas elas não vêem e olham pra você como se fosse um lerdo. E nem adianta argumentar, você está preso num conto kafkiano, as pessoas simplesmente te chamam de safado, mas não perneta. Você mesmo começa a acreditar nelas.

Parece uma idéia bem absurda, mas coisas parecidas acontecem o tempo todo, e nem todo mundo consegue ver. Estou falando de deficiências no cérebro. Normalmente são problemas de nascimento, mas que ficam disfarçados por um ambiente sem situações onde eles se tornariam óbvios.

Pegue o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), por exemplo. Trata-se da incapacidade de manter a atenção, tendo a agitação como opcional. Você pode passar o começo da sua vida com isso e sair numa boa (“pára menino”, “presta atenção menino”), mas em algum momento você vai ter de trabalhar sério, e pior, com outras pessoas (“fulano é preguiçoso”, “fulano é muito estúpido”).

Se você tem alguma desordem mental, ninguém, nem mesmo você, consegue enxergar sua deficiência claramente como enxergaria uma deficiência física. Na verdade as maiores chances são que você acredite nas barbaridades que falam a seu respeito. Ainda assim você pode dar um crédito à ciência e procurar ajuda, aí no lugar de muletas você terá comprimidos.

Diferente das muletas, os remedinhos pras defiências da cabeça tem efeitos colaterais do tipo transformar cérebro em patê de ricota (estou exagerando aqui), e sua simpática caixa com tarja preta não te torna o cara mais popular do escritório caso alguém te veja com ela na mão. Na verdade as expressões faciais podem variar de indiferença claramente fingida àquela cara de “o cara é louco perigoso!”. Essa última seria algo como descobrir que o sujeito tem uma arma embutida na muleta.

A pior parte vai ser quando, tomando seu remédio, você se sentir quase normal. Nesse momento olhando seu corpo perfeito, já não lembrando de qualquer problema que tivesse tido com seu cérebro imperfeito, você joga as muletas invisíveis longe, como num daqueles êxtases religiosos clichezados de televisão, e grita pra sua massa encefálica: “levanta-te e anda!”. O que esperar além de um cérebro caído metaforicamente no chão? Nesse momento você percebe que o que tem não é uma doença, mas uma defiência, e que seu remédio é mesmo uma muleta que vai ficar com você pro resto da vida. Mas ninguém vai ver.