O Lance da Zebra

Zebra tridimensional representada numa superf�cie

Numa das tardes do treinamento de Scrum meu subconsciente processava umas paradas da conversa sobre metafísica que tive com o dandrader pela manhã. Daí essa frase se formou e foi parar num postit:

“The bidimensional creature can only see a slice of the tridimensional zebra.”

O Alisson catou o papel e levou a frase pra uma discussão na hora do intervalo na beira da piscina. Minha intenção não era essa, mas pelo que os caras discutiram até agora a dita frase vertida para o português brasileiro de Recife ficaria assim:

“Aí gata, vamo lá em casa pra eu te mostrar minha coleção do Carl Sagan.”

Ainda nesse espírito, o Thiago ensinou uma outra frase que, segundo ele, pode bloquear as sinapses do cérebro feminino por alguns segundos, tempo suficiente pra o sujeito trabalhar no sentido de agir. Eis a frase:

“Você já ouviu Harvest of Sorrow do Metallica?”

Ele falou que é infalível. E sobre a zebra, deixo pra elaborar a causa num outro dia que passar a tarde comendo grãos de café.

A Filha da AK-47

Chega um momento que mesmo uma AK-47 tem de ir pro Cemitério dos Dragões. Mesmo canibalizando peças (valeu Etrunko!) minha fiel arma estava capengando, meio surda e mais pra lá do que pra cá.

Mas eis que descubro que existe um upgrade! Nokia 1208! Minha primeira dúvida: teria sido um upgrade afrescalhante? Não senhor, tá tudo lá: teclado de película, mostra hora e data quando em repouso, e a imprescindível lanterna! Essa ainda mais potente e focada; na verdade se focar mais um pouco vira um raio laser.

A filha da AK47Menor, mais leve e vestida de Batman!

O dandrader protestou logo que a tela era colorida, e tal e coisa, mas não se deixe enganar, ainda é um aparelho espartano. Pelo menos a primeira queda foi um sucesso.

O Peixe Cadáver

Fim de semana passado estava feliz vendo minha filhota quando de repente ela grita espantada: “O peixe morreu! A culpa é minha, esqueci de dar comida pra ele!”

O falecido era uma beta azul, que agora deve estar num ringue de vidro lá no céu. Me dei conta que a dona havia se evadido do local. Eu chamo e ela vem com a mão tampando a visão do lado do defunto. “Eu não quero ver o peixe…”, a coragem falta e ela corre de volta pro esconderijo. “Tira ele daí!”, e eu “Vem, tou aqui, não precisa ter medo.”, “Tira!”. “Tá, vou levar o cadáver pra longe.”

Foi então que ela perguntou com um tom de voz diferente, de uma curiosidade enorme: “Cadáver? O que é um cadáver?”. “É um corpo morto. Esse peixe morto é o cadáver do peixe vivo.”, “Ahhh!” (1 segundo se passa.) “Agora tira ele.”

Contei essa historinha no treinamento de Scrum e a Patrícia fez esse desenho muito legal:

Meive e O Peixe Cadáver
Meive e O Peixe Cadáver

Essa é uma das 1 bilhão e 1 coisas que se aprende sobre crianças: elas são umas esponjas, se tiver algo novo elas esquecem qualquer outra coisa pra consumir a novidade. Então, se estiver perto dessas formas de vida não seja mão de vaca com informação, nem se comunique no estilo “mim adulto você cuti cuti”. Faça como Einstein disse: “Mantenha simples; tão simples quanto possível, mas não simplório.

E sobre informação, não esqueça que esse prato é melhor servido acompanhado de alguma carga emocional.