O Peixe Cadáver

Fim de semana passado estava feliz vendo minha filhota quando de repente ela grita espantada: “O peixe morreu! A culpa é minha, esqueci de dar comida pra ele!”

O falecido era uma beta azul, que agora deve estar num ringue de vidro lá no céu. Me dei conta que a dona havia se evadido do local. Eu chamo e ela vem com a mão tampando a visão do lado do defunto. “Eu não quero ver o peixe…”, a coragem falta e ela corre de volta pro esconderijo. “Tira ele daí!”, e eu “Vem, tou aqui, não precisa ter medo.”, “Tira!”. “Tá, vou levar o cadáver pra longe.”

Foi então que ela perguntou com um tom de voz diferente, de uma curiosidade enorme: “Cadáver? O que é um cadáver?”. “É um corpo morto. Esse peixe morto é o cadáver do peixe vivo.”, “Ahhh!” (1 segundo se passa.) “Agora tira ele.”

Contei essa historinha no treinamento de Scrum e a Patrícia fez esse desenho muito legal:

Meive e O Peixe Cadáver
Meive e O Peixe Cadáver

Essa é uma das 1 bilhão e 1 coisas que se aprende sobre crianças: elas são umas esponjas, se tiver algo novo elas esquecem qualquer outra coisa pra consumir a novidade. Então, se estiver perto dessas formas de vida não seja mão de vaca com informação, nem se comunique no estilo “mim adulto você cuti cuti”. Faça como Einstein disse: “Mantenha simples; tão simples quanto possível, mas não simplório.

E sobre informação, não esqueça que esse prato é melhor servido acompanhado de alguma carga emocional.