Redenção em Shawshank

Numa madrugada dessas da vida assisti um filme aleatório, se chamava “Um Sonho de Liberdade”, e é baseado num conto de Stephen King, mas só reparei no autor muitos anos depois. Eu pensava que ele só escrevia histórias com horrores alienígenas. Esse filme é um desses que se ninguém avisar você não dá nada por ele, pelo menos assim me parecia na época, passando na sessão guarda noturno/insone crônico.

É a história de como o rico banqueiro Andy Dufresne pegou vinte anos na prisão de Shawshank por assassinar sua amada esposa e o cara que estava comendo ela. Na verdade ele não assassinou, mas ora, todo mundo é inocente em Shawshank.

Red e Andy assistindo um filme em Shawshank

Ele então conhece Red (que eu teimo em chamar de Morgan Freeman e, cara, se você quer fazer um filme bom ficar melhor, coloque Morgan Freeman na narração, mas tenha o cuidado do casting parecer casual, ou as pessoas dirão “putz, o diretor quis Morganfreemizar o filme”), que é um muambeiro em Shawshank. Red não ficou muito impressionado com Andy

“Tenho de admitir, não achei grande coisa de Andy a primeira vez que pus os olhos nele. Parecia que uma leve brisa podia soprá-lo pra longe. Esta foi minha primeira impressão sobre o homem.”

Toda prisão tem tarados (deve ser um esquema de cotas), e estes sim acharam grande coisa de Andy, que era mesmo ruim de briga. Ele foi ruim de briga por cerca de um ano. Depois muita coisa que você só vai saber assistindo acontece, e tudo culmina (atenção spoiler!) na fuga de Andy da prisão descrita assim por Red:

“Andy rastejou para liberdade por quinhentas jardas de merda tão fedida que nem posso imaginar. Ou talvez eu só não queira.”

Foi mesmo uma fuga espetacular. Mas o legal do filme é o tema de como os muros da prisão ficam mais na cabeça dos detentos do que ao redor deles. Como Brooks, que é liberado com seus 70 e tantos anos, a maior parte vividos em Shawshank, e não consegue se adaptar no mundo exterior, logo cometendo suicídio. Red tem medo que isso aconteça com ele, mas sente que o processo já começou. Andy é o único que mantém a integridade psicológica, ele é o único que nunca esteve preso ali, e foi capaz de executar um plano de fuga de quase vinte anos. Não seria nem uma fuga, ele só estava indo embora.

Outro personagem interessante é o Tommy, que vivia de pequenos delitos e roubos pouco habilidosos, entrando e saindo de prisões e reformatórios. Ele não conhecia outra vida, provavelmente nasceu com os muros da prisão na cabeça. Andy diz que ele é um ladrão muito incompetente e sugere uma mudança de carreira, se propondo a ajudá-lo a tirar um diploma supletivo. Numa conversa Tommy conta uma história que ouviu de um condenado em outra prisão que esteve, uma informação que poderia inocentar Andy. Então acontece uma tragédia… ah! Vá ver o filme do cara que rastejou por um rio de merda saiu limpo do outro lado.

Ouvindo uma musiquinha em Shawshank

E 500 jardas são 457,2 metros.

4 pensamentos sobre “Redenção em Shawshank

  1. mermaaaaooo… esse filme me emocionou pôco!
    eu tinha ele em VHS aqui em casa.

    o cara esperando os roncos dos trovões para poder quebrar os canos é uma das partes mais fodas.

    é muito bom mermo.

  2. Sim, filme excepcional! Eu assisti ele na época do lancamento (acho que em meados de 90… putz, o tempo passa, hem?) e achei fantástico.

    A história é muito boa, as atuacoes excelentes e boa fotografia.

    *spoiler*
    Uma das melhores partes é quando o Andy resolve tocar ópera pelos auto-falantes da prisão… e como consequência pega 2 meses de solitária!
    *spoiler*

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